segunda-feira, 26 de maio de 2008

Matéria publicada pelo jornal O TEMPO sobre demanda do Escritório RABELO VASCONCELOS ADVOGADOS


O TEMPO - Empreendedor

19/05/2008 - 08:50

De simples motorista a mais novo milionário da mineração

Em todo o Estado, quem tem terra com potencial mineral pode ficar rico
Frederico Damato

O motorista Marcelo Arruda Faria, 48, corre sérios riscos de se tornar milionário em alguns anos. Ele, sua mãe, Elza Arruda de Faria, e seus dez irmãos brigam na Justiça pela jazida mineral operada hoje pela London Mining, na região de Serra Azul, a 80 km de Belo Horizonte. Até o momento, os ventos sopraram a seu favor. No último dia 5, a juíza da Segunda Vara Cível da Comarca de Itaúna (MG), Andréa de Souza Foureaux Benfica, deferiu tutela antecipada autorizando a emissão provisória na posse do terreno de 182 hectares, onde está localizada a mineradora, ao espólio de Vicente Esteves de Faria (pai de Marcelo Faria). A família se apresentou legalmente documentada como proprietária daquela área.

Pela decisão, a inventariante Elza Arruda Faria possui posse direta da jazida. Conforme a ordem judicial, a London Mining estaria proibida de extrair minério de ferro, sob alegação de depredar o patrimônio familiar, diz o advogado da família, Henrique Rabelo, do escritório Rabelo Vasconcelos Advogados.

Contudo, segundo Rabelo, a mineradora continua no seu processo normal de extração. A decisão judicial autoriza o uso de força policial para interromper as atividades minerárias, se necessário. "Mas essa não é a idéia da família, que prefere ter a propriedade para si ou até negociar com a empresa", observa Rabelo. Ele ajuizou pedido de multa diária pela continuidade das atividades da London Mining. Segundo a mineradora, uma liminar foi julgada a seu favor, dias após a decisão que favorecia o espólio. A mineradora alega que pode operar normalmente a mina, sem retaliação judicial.

Os advogados do espólio de Vicente Faria ajuizaram ação na Justiça de Itaúna há cerca de um mês, pedindo a retomada do terreno onde funciona a London Mining, que teria adquirido a área e o direito de lavra da mineradora Minas Itatiaiuçu por US$ 130 milhões, há cerca de um ano.

Patrimônio.

De acordo com Faria, estudos preliminares apontam preço médio de US$ 2 por tonelada não extraída de minério de ferro. Como a jazida estimada é de 250 milhões de tolenadas, a família possuiria patrimônio de US$ 500 milhões.Segundo a alegação do espólio, que tem Elza de Faria como inventariante, o marido teria praticado, em vida, atos em prejuízo do patrimônio da família, sem a outorga da esposa.

Números.

US$ 925mi foi o valor pago pela Usiminas na compra da mineradora J. Mendes
369 mi de toneladas de minério de ferro foram exportadas em 2007
65,3% dos minéros metálicos produzidos no Brasil são minério de ferro
63,1% do minério de ferro brasileiro sai da região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais.

Empreendedor. Famílias continuam na atividade.


Na faminta corrida pelo minério de ferro, as grandes mineradoras fizeram uma varredura nas minas de posse de famílias. Em vez de passarem o resto da vida desfrutando dos milhões de dólares adquiridas da noite para o dia, fundador e herdeiros querem continuar empreendendo.

Em relação à mais recente mina familiar vendida, a J.Mendes (comprada pela Usiminas), a ordem da família é continuar na atividade. “Não vamos pendurar as chuteiras. No máximo em 12 meses vamos inaugurar outra mina”, diz Luciano Nogueira, neto de José Mendes, fundador da mineradora. Ele hoje é gerente comercial da JMN Mineração, nova mineradora da família, que tem decretos minerários em Barão de Cocais, Rio Piracicaba e Ouro Preto.
A família Mendes já opera a “Ferro +”, mineradora de Congonhas, onde produz 1,8 milhão de toneladas de minério de ferro por ano.

Bate-papo. Tudo começou com churrasco

A disputa com a London Mining pode fazer de Marcelo Arruda de Faria um dos homens mais ricos da pacata Carmo do Cajuru, pequeno município onde mora, a 125 km de Belo Horizonte. Ignorando as despesas com advogado e descontando o valor da metade do patrimônio, que será destinado à sua mãe, Elza Arruda de Faria, o motorista poderá ser dono de uma fortuna de R$ 45,5 milhões. Cada irmão receberia o mesmo valor.

E foi em um encontro casual na cidade que aconteceu o primeiro passo para a ação judicial. “Vendo churrasquinhos nos fins de semana, para completar a renda. Numa dessas, conheci o advogado Henrique Rabelo, cuja família é de Carmo do Cajuru”, conta.

Em uma conversa despretenciosa, Marcelo de Faria confidenciou a Rabelo sobre o assunto da família. Disse que estava quase desistindo do caso, pois muitos advogados haviam falado que a causa era perdida.

Na família, apenas a mãe o apoiava. Nenhum dos irmãos estava animado a “investir” no caso. “Eles nunca me deram um tostão para patrocinar a causa. Hoje, me ligam quase toda semana perguntando sobre o assunto. Sou o irmão mais adorado da família”, brinca ele.

2 comentários:

Anônimo disse...

tomara que de certo, para que uma injustiça seja reparada.

Unknown disse...

concordo